Celebra-se, hoje, o Dia Internacional da Pessoa com Síndrome de Down.
Geralmente, pessoas com esta condição são, consideravelmente, amorosas e simpáticas. Sensíveis, facilmente agradáveis e sempre dispostas a transmitir felicidade. Beijos e abraços íntimos caracterizam o jeito particularmente amável que têm de demonstrar o seu afecto. Mas será que a sociedade devolve o carinho na mesma intensidade?
Foi a pensar na resposta à esta pergunta que o Moza decidiu juntar-se à Associação Moçambicana de Apoio à Pessoa com Síndrome de Down (APSDM) que desenvolve, há mais de seis anos, vários projectos de integração social e profissional de cidadãos com esta condição. Trata-se de uma organização sem fins lucrativos que apoia o desenvolvimento psico-motor destes concidadãos, garantindo que tenham habilidades práticas para a captação das oportunidades de emprego que despontam no mercado.
Segundo a Presidente da APSDM, Ermelinda Nhantave, com o apoio do Moza e de outros parceiros, a associação implementará, este ano, a segunda fase de um projecto de formações, com certificação, que irá permitir que estes cidadãos tenham aptidão para trabalhar em áreas diversas que incluem: Recursos Humanos, Corte e Costura, Hotelaria, Culinaria e Artesanato.
Alguns dos beneficiários da primeira fase deste projecto já se encontram empregados em instituições públicas e privadas que têm parceria com a APSDM e que, tal como o Moza, acreditam no potencial da pessoa com Sindrome de Down.
“O trabalho da APSDM também passa muito pela educação social para a consciencialização pública sobre a necessidade de olhar para a pessoa com a Síndrome de Down como um ser capaz de aprender, saber e fazer como qualquer outra pessoa cuja condição física e psíquica é considerada ‘normal’. Ver estas pessoas com emprego, com família, casadas e felizes é, na verdade, o nosso grande propósito”, vincou Ermelinda Nhantave.
Aliás, para além de apoiar cidadãos já adultos e com idade profissional, a associação também ajuda famílias que têm crianças com esta condição.
“A assistência, sobretudo na fase embrionária do crescimento, é de extrema importância para as pessoas com Síndrome de Down, até porque, só para dar um exemplo, devidamente assistida até os quatro anos uma criança com síndrome de Down já consegue andar, mas quando não se dá esta assistência só com nove ou dez anos é que esta criança começa a andar. Como associação, queremos evitar este retardo”, justificou a Presidente da APSDM, uma agremiação que junta cerca de 300 pessoas com esta condição e mais de 100 com deficiências diversas.
Na verdade, o Dia 21 de Março foi internacionalmente idealizada para convidar a humanidade, no geral, a reflectir em torno das questões que envolvem pessoas com a síndrome de Down.
De acordo com o Presidente da Comissão Executiva do Moza Banco, Manuel Soares, o Moza marca a passagem desta efeméride demonstrando, mais uma vez, que é pela inclusão de todos os moçambicanos.
“Enquanto Banco, nós vamos sempre apoiar causas que tenham objectivos nobres e aglutinadores. Somos uma família que é pela inclusão e por isso acreditamos que apoiar a formação e a integração profissional da pessoa com síndrome de Down contribui para que o país tenha ainda mais profissionais disponíveis para o exercício das várias profissões que contribuam para o desenvolvimento nacional. Somos todos iguais e por isso devemos ter as mesmas oportunidades”, asseverou Manuel Soares.
Enquanto Banco dos moçambicanos, o Moza promove a inclusão e a igualdade de oportunidades para todos, contribuindo assim para a construção de uma sociedade mais empática, resiliente e que respeita a diversidade.
Sobre a APSDM:
A Associação Moçambicana de Apoio à Pessoa com Síndrome de Down (APSDM) foi criada em 2018 pela jornalista moçambicana Ermelinda Nhantave, após um episódio particular que marcou significativamente a sua vida. Quando deu à luz a sua filha, há sete anos, a médica responsável informou que a criança havia nascido com síndrome de Down. Impactada pela notícia, Ermelinda pesquisou exaustivamente e passou a saber mais sobre a condição, suas manifestações e ocorrência em Moçambique. No entanto, ao longo do crescimento da filha, Nhantave percebeu que, afinal, a criança não apresentava características típicas da síndrome. Após nova avaliação médica, descobriu-se que, na verdade, a sua filha não tinha síndrome de Down. Mesmo assim, Ermelinda decidiu envidar esforços para identificar e apoiar pessoas com essa condição. Nasceu assim a APSDM, que hoje congrega cerca de 300 pessoas com síndrome de Down em Moçambique. A associação trabalha para oferecer suporte e melhorar a qualidade de vida dessas pessoas e das suas famílias.